2/23/2006

Ordem de Cister







A Ordem de Cister foi fundada por Robert de Molesme em França, seguindo a regra beneditina. A ordem cisterciense foi uma grande potência temporal para a extensão de suas propriedades e da boa situação económica. Usando o trabalho manual, deram provas de grande capacidade de adaptação e competência. A ordem expandiu-se por toda a Europa chegando a Portugal em 1144, quando D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, concede a Carta de Fundação de Alcobaça a Cister, através da Abadia de Claraval, em França.



Esta Ordem religiosa acompanhou, por isso, a formação do território português e a afirmação política da primeira dinastia. Durante o século XII as fundações mais importantes e numerosas são as das monjas: Lorvão, Celas e Arouca, protegidas pelas infantas - rainhas Teresa, Sancha e Mafalda, e Odivelas todas dependentes de Alcobaça. Durante este período não houve em Portugal ordem mais poderosa, devido sobretudo à riqueza de Alcobaça que foi também o centro artístico e intelectual da Ordem, o Mosteiro de Alcobaça foi o único a ser fundado de novo.

O Mosteiro foi fundado em 1178 juntamente com o Mosteiro de Santa Maria, apartir daí fundaram progressivamente vários mosteiros no centro e norte do país, colonizando e desenvolvendo muitas áreas com a aplicação de técnicas agrícolas inovadoras.









(Abadia de Claraval em França)



A relação privilegiada dos conjuntos monásticos de Cister com a paisagem e a sua disciplina na organização do espaço, dotou-os de particularidades únicas. Os monges desbravaram terras e regularizaram as margens de rios e ribeiras.
Os Monges eram conhecidos pelos "Monges Brancos" por causa da oposição aos monges planificaram engenhosos sistemas hidráulicos, construíram condutas subterrâneas e beneditinos que usavam hábito preto. Durante a sua vida sofreram algumas contrariedades ao longo da história do seu povoamento. Exemplo disso foi a matança dos monges pelos muçulmanos, em 1195, e a peste de 1348, que matou 150 monges de Alcobaça.

Os beneditinos tentaram reformar a ordem de Cister que se renovaram no princípio do século XVI, durante o qual viveu Fr. João Claro e se fundaram os mosteiros femininos de Tavira e Portalegre e o Colégio do Espírito Santo em Coimbra e se chamaram beneditinos de Monserrate para reformar Alcobaça. A reforma não conseguiu promover a separação de Alcobaça, favorecida pelo cardeal D. Afonso e o cardeal D. Henrique.

Os cistercienses mostraram então grande vitalidade fundando vários mosteiros, para monges: o Colégio da Conceição, e o Mosteiro do Desterro em Lisboa e para monjas, Mocambo em Lisboa e Tabosa deram grande realce aos estudos históricos, onde se notabilizaram todos os autores da Monarchia Lusitana. No século XVIII entram em decadência e são extintos em 1834, seguindo-se a posterior extinção dos mosteiros femininos.




Mapa dos mosteiros Cistercienses



Arquitectura cisterciense

As Abadias cistercienses ficam isoladas das cidades, caracterizadas pela racionalidade na articulação dos espaços e despojamento de elementos decorativos. Usam-se soluções locais com materiais disponíveis e tradições culturais existentes. O seu revestimento é branco. A planta padrão respondia às exigências de funcionalidade e economia de espaço e de movimento abolindo o supérfluo. A planta articula a vida e as obrigações distintas de monges, noviços e conversos.

A igreja situa-se no ponto mais alto e estava do lado norte com o claustro imediatamente a sul. A igreja adapta-se à rectangularidade global da composição com cabeceira recta (na Batalha já é redonda) com capelas no transepto. No braço sul uma escada comunica com o dormitório. A igreja divide-se a meio entre monges e conversos. Não tinha uma fachada monumental nem torres a acentuar a massa exterior. A planta baseia-se na relação 1:2. Há uma simplificação da tipologia e exibição da própria arquitectura, a decoração centra-se nos capitéis. As naves laterais surgem quase à mesma altura da central. O refeitório, mais a sul, sempre com a fonte em frente articula-se com o claustro.


A cozinha ,a oeste, divide o refeitório dos monges e o dos conversos . Cozinha e refeitório voltam-se para o curso de água. No lado Este alinham-se a sala do capítulo e a sala comunitária. O dormitório ocupava longitudinalmente todo o piso superior. O complexo do edifício era rectangular marcado por contrafortes. Não havia casas de banho nem uma residência independente para o Abade. Os dormitórios não possuem celas individuais. Há dois tipos de claustro: o claustro do silêncio e claustros de carácter agrícola. O mosteiro cresce claustro, a claustro.


A existência de um curso de água ou um lago é condição essencial para a fixação desta ordem. Por isso não é de estranhar que muitos dos conventos cistercienses tenha nomes associados à água, tais como Fontaine-Guérard, Fontenay, Fontenelle em França ou Fountain em Inglaterra.




Planta tipo cisterciense: 1- Igreja,2- Porta do cemitério,3- Coro dos conversos,4- Sacristia,5- Claustro,6- Fonte,7- Sala Capitular,8- Dormitório dos monges,9- Dormitório dos noviços,10- Latrinas,11- Caldarium,12- Refeitório,13- Cozinha,14- Refeitório dos conversos

As grandes obras que ficaram desta Ordem foi os Mosteiros de Alcobaça uma grande obra gótica uma das primeiras na Europa, ficaram também os Mosteiro do Desterro e o Mosteiro de São João de Tarouca





Mosteiro de Alcobaça




Igreja de São João no Mosteiro de Tarouca

Bibliografia:
Serrão, Joel (direcção de), Dicionário de História de Portugal.
editora livraria Figueirinhas/ Porto 1979
www.wikipedia.org
www.orelhas.pt


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